Você sabe o significado do seu nome? Andréa, que vem do grego: coragem!” — era assim que falava, pelo menos uma vez por semana durante as aulas duplas de história, meu professor Chiquinho
A Abrasiva Abordagem do Professor Chiquinho:
Ele parecia estar sempre gritando. Bravo. Estrábico, era motivo de chacota para os alunos da sétima série. Odiado também. Afinal, toda aula de história que se preze em colégio público tem que ter o combo “matéria + questionário para decorar para a prova”. Muito inovador, queria que a gente lesse o texto, entendesse e respondesse às perguntas aleatórias que ele fazia na prova — sem consulta. Com essa postura, só conseguiu haters.
O professor Chiquinho soube como me fazer odiar história, mesmo sendo uma boa aluna. Gostava de estudar, ler, fazer prova. Amava chamada oral. Mas com ele, era um desafio. Inteligentíssimo, escrevia em português na lousa, mas o livro de onde estava tirando o conteúdo era em inglês.
Meu ódio por ele aumentou quando me deixou de recuperação. E na força do ódio, passei de ano — não iria dar esse gostinho para ele.
O Legado de um Mestre Inesperado:
A verdade é que nem sempre estamos prontos para esses mestres. Quero fazer desse espaço uma sala de aula. Não daquelas tradicionais, com mesas e cadeiras. Mas uma sala em que você recebe pequenas reflexões que podem ser transformadas em grandes aprendizados para a vida.
Eu te convido para o mistério das histórias, o impacto dos professores anônimos, ou nem tanto, e as lições que dão seus frutos, tanto tempo depois, como esta do professor Chiquinho.
Em 1986, ele me deu uma pista: Coragem. Hoje eu sou mentora na Escola da Coragem. E muitas vezes, quando dou aula, traduzo os textos enquanto escrevo. Minha matéria preferida: história.
É Chiquinho… você deixou o seu legado. Gratidão.
Quem foram os mestres da sua caminhada? Compartilhe suas histórias nos comentários abaixo.